A IGREJA E A REDE VIRTUAL

A Igreja e a rede virtual

Um dos maiores problemas da Igreja, hoje em dia, é manter sua identidade nesse mundo sem a necessidade de retirar-se dele, usando a língua desse mundo para expressar o que está fora do mundo, como disse Jesus a seus discípulos: “Porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo” (João 15:19). O grande desafio da Igreja hoje é a determinação da língua para o novo pastoreio, e ativar efetivamente a comunicação entre ela e seus filhos, algo que exige sua saída dos métodos tradicionais e antigos de evangelização, preservando sua Tradição e seus fundamentos da fé e testemunho cristão.

“Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura”

(Marcos 16:15)

O testemunho do Senhor constituí um mandamento divino e eterno, mas quanto à sua forma, cada época tem sua própria língua e palavras. Jesus Cristo nunca hesitava em evangelizar seu povo, falando a linguagem e o vocabulário daquela era, usando imagens e expressões enraizadas em sua vida diária como: pastor, pescador, semeador ... . Os santos padres da Igreja, especialmente os do quarto século, não tomaram uma atitude negativa ou conservadora para com a cultura grega, pelo contrário, eles a batizaram (cristianizaram), utilizando-a para enriquecer seus pensamentos nos aspectos do culto e da teologia, ou seja, para transmitir a fé no contexto adequado que serve à vida da Igreja, sem prejudicar (tocar) a essência da fé cristã, de acordo com os dados de sua época, sua cultura e seus desafios. Consequentemente, há imensa diferença entre o conteúdo do Cristianismo e a forma de sua transmissão, uma vez que a verdade cristã permanece firme (fixa), enquanto os meios de sua difusão são variáveis e refletem o nível do desenvolvimento civilizacional e cultural de seu portador.

Nossa época é, por excelência, a da comunicação, sua linguagem é informática e seu herói é a rede virtual. Sendo assim, se a Igreja quiser, evitar a marginalização na sociedade de um lado, e desempenhar um papel essencial na cristianização dessa cultura por outro, ela deverá discretamente escolher o método e a linguagem apropriada para alcançar um ministério eclesiástico ativo, efetivo, qualitativo, renovado e atraente, dirigido ao homem contemporâneo, com novidade e modernização enraizadas no espírito do evangelho e da fé cristã, para que apresente sua vida com novo face em todos os aspectos de teologia, de liturgia, de organização, de evangelização, de comunicação e de diálogo.

O Cristianismo desde a sua criação até agora permanece, por excelência, a religião da novidade e inovação, e nunca haverá um discurso eclesiástico claro, nem política missionária eficaz, sem uma leitura correta do mundo de hoje sob a iluminação e orientação do Espírito Santo.

A tecnologia de nossa época impõe à Igreja a seguinte pergunta essencial: “será que os meios de comunicação social da rede virtual são um desafio e ameaça para a Igreja, ou uma oportunidade através da qual podemos transformar o desafio em instrumento para evangelizar e anunciar a palavra de Deus?”

Amém.

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